quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Lição de Casa



Pensando um pouco a respeito de como gerar bons pensadores, críticos de verdade, vejo que tudo já foi falado: boa base familiar em parceria de bons educadores. Os passos dos vencedores são construídos na segurança de um lar fraternal e disciplinado.

Óbvio que existem exceções, afinal de contas estamos falando do ser humano, uma espécie tão especial que consegue se adaptar a qualquer ambiente do planeta e que consegue superar suas próprias limitações para seguir sobrevivendo e algumas vezes se tornar um vencedor por excelência.

Mesmo assim, na grande maioria dos casos se faz necessária a presença de pais presentes e atentos, que sabem dizer não e sim nos momentos certos. Que saibam valorizar os acertos e que estejam dispostos a trabalhar os erros com seus filhos.

Estamos em um mundo que cada dia mais se distancia dos valores morais e éticos para se preocupar com valores econômicos. Posso ver claramente as palavras de Charles Chaplin estampadas em nossa sociedade:

"A cobiça envenenou a alma do homem, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade."

Qual é o real valor de uma pessoa? No que devemos focar nossos esforços ao educar uma criança? Será que é na premissa de que ele seja bem sucedido como um empresário, um ícone do esporte ou da música? Seria utopia tentar apenas educar nossas crianças a serem apenas bons seres humanos. Afinal de contas, o que define o sucesso de alguém? Quanto dinheiro essa pessoa consegue acumular? Quantos bens ela possui?

Sei que o conforto e as regalias que o dinheiro nos dá fazem muita gente pensar que estas são as coisas mais importantes na vida. A felicidade não será encontrada no pote de ouro no final do arco-íris, mas na caminhada que leva até ele, valorizando cada conquista e desafio enfrentado durante o percurso.

Comecei este texto com a idéia de falar efetivamente sobre lições de casa... sim, essas que os professores nos solicitam, as quais muitas vezes não fazemos. Todavia, vejo que a lição para casa hoje é outra. Aprender o verdadeiro sentido dos atos que realizamos - será que eles são condizentes com aquilo que a gente prega e acredita? Sei que talvez toda essa reflexão seja profunda demais para um tema tão casual, corriqueiro, mas as vezes temos que ir no fundo de questões mais existenciais para achar subsídios para motivar nossos filhos e alunos.

Hoje, se for ajudar seu filho em sua lição de casa, entenda verdadeiramente seu papel, sua função: como auxiliador, como responsável. Participe efetivamente, como autoridade, com postura. Não faça a lição de seu filho, ao invés ajude ele a fazer. Se fizer a lição dele estará ensinando tudo o que ele não deve aprender:

  1. estará mostrando a ele que você não acredita em sua capacidade de fazer o trabalho; 
  2. que ele sempre poderá deixar as responsabilidades para outra pessoa; 
  3. diminuirá o real valor do entendimento, do esforço e consequentemente, do prazer da realização de suas tarefas.
Enfim, mesmo em meio às dificuldades e correrias da vida moderna encontre um tempo para participar da vida escolar de seus filhos, pois assim você poderá viver e sentir novamente os prazeres e desprazeres dos bons tempos de escola e ainda fará toda a diferença para o amadurecimento emocional e intelectual de seus pequenos! Afinal, quantos não gostariam de ter tido essa oportunidade?

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