terça-feira, 25 de junho de 2013

Música + Artes + Aprendizado


Traduzi um texto muito interessante (ou tentei traduzir) do Washington Post, que fala sobre estudos atuais sobre a influência da música no aprendizado da leitura e de certa forma na matemática. Trata de três assuntos que gosto demais: música, artes e educação. Então não podia deixar passar, e creio que muitos educadores poderão usar isso como ferramenta em suas aulas. Segue abaixo:

Por anos, educadores de artes tentam dizer aos reformadores escolares, obcecados com leitura e matemática, que as artes podem ensinar habilidades valiosas e que estas criam formas de pensar que muito úteis os acadêmicos. 
O cientista cognitivo, Daniel Willingham, escreveu um estudo que mostra a relação entre a formação musical e a leitura. Willingham é professor e diretor de estudos de pós-graduação em psicologia da Universidade de Virgínia e autor do livro "Por que os alunos não gostam da escola?" Seu livro mais recente é "Quando você pode confiar em Experts? Como dizer boa ciência ou má na educação." (“When Can You Trust The Experts? How to tell good science from bad in education.”) O texto está em seu blog de Ciência e Educação.
Por Daniel Willingham
Por vezes, ouvimos sobre a inclusão da música no currículo acadêmico, justificada pela alegação de que ela melhora na matemática ou a leitura.
Eu nunca me importei com esta justificativa, porque acho que os alunos devem estudar música para seu próprio bem, independente se esta estimula ou não outras habilidades. E me parece um argumento arriscado, pois se houver um artigo que diga que a música não ajuda em outro trabalho acadêmico, significa que ela deveria ser desprezada?
Definindo isso como argumento, certamente traz grande interesse do ponto de vista cognitivo, saber se o treinamento musical tem um impacto sobre a leitura ou na matemática. Há um bom número de estudos correlacionais que mostram um efeito positivo, mas poucos dados experimentais.
Agora, um novo estudo experimental (Rautenberg, no prelo), mostra que a formação musical tem algum efeito positivo para a leitura.

Neste estudo participaram 159 alunos alemães do primeiro ano do ensino fundamental (first grader). A formação musical durou oito meses e focou em três áreas: treinamento de habilidades rítmicas, tonais / treinamento de habilidades melódica e discriminação auditiva de timbre e intensidade do som. Havia dois grupos de controle: um recebeu nenhum treinamento. O outro era um controle ativo recebendo treinamento em artes.

Os resultados foram bastante robustos, como apresenta o gráfico de precisão de leitura de palavras únicas no início e no final do exercício.


O que está por trás deste benefício? A linguagem tem um aspecto musical atrelado a ela, conhecido como prosódia. E, de fato, a capacidade das crianças apreciarem o aspecto rítmico da fala está relacionada com a facilidade com que elas aprendem a ler, mesmo quando se controla a consciência fonêmica. Em alemão (e, em Inglês), algumas combinações de letras apresentam similaridades em certos padrões de estresse, para que haja um sinal na língua escrita que as crianças possam aprender. A idéia é que as crianças são menos propensas em aprender a associação de determinados padrões de letras escritas e os seus ritmos correspondentes no discurso se elas não percebem muito bem os ritmos da fala.

Esse é o argumento. Análises mais refinadas dos dados apoiam parcialmente isto.

O argumento importante é o que prevê ritmo e não tonalidade, e os dados mostram correlações significativas de leitura com capacidade no primeiro, mas não no segundo.

O argumento prevê ainda que a formação deve reduzir um determinado tipo de erro: aquele em que uma criança lê os sons fonéticos corretamente, mas se estiver em ritmo errado, ela segmentará a palavra em sílabas de maneira incorreta, ou acentuará a sílaba errada. Essas resoluções não foram previstas.

Em suma, este estudo parece ser uma adição importante, embora certamente não seja a última, no argumento de que alguns tipos de treinamento musical auxiliam as crianças no aprendizado da leitura, pelo menos em certas línguas.

Referência
Rautenberg, I. (in press). The effects of musical training on the decoding skills of German-speaking primary school children. Journal of Research in Reading.

Texto do blog do cientista Daniel Willingham
http://www.danielwillingham.com/daniel-willingham-science-and-education-blog.html
Artigo na íntegra (Inglês)
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jrir.12010/full

Curso de Inglês Online Gratuito


Pra mim é novidade (até porque é mesmo... foi lançado esse ano), acabei de conhecer um curso online de inglês gratuito, oferecido para os alunos das escolas da rede estadual (ensino médio e EJA - Educação de Jovens e Adultos) pela Secretaria da Educação. Segue um vídeo de divulgação do programa:


É uma iniciativa muito interessante para incluir alunos que não teriam condições de realizar um curso como esse nas instituições privadas. A idéia do vídeo é bem interessante, mas acho que eles poderiam investir melhor na divulgação pois sei que muitos alunos sonham em falar uma língua estrangeira.

Não conheço muito do curso mas espero que eles consigam um nível de interatividade bacana... a proposta da gamificação é fundamental em se tratando de cursos online e focado em um público jovem.

Só um detalhe, pelo que vi as vagas são limitadas!

Desejo sucesso aos idealizadores e aos interessados muita dedicação! Segue o link abaixo:

http://www.educacao.sp.gov.br/evesp/cursos/NovaExibicao/Home.aspx

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Porque não gosto de estudar?

Eu confesso: Já odiei estudar, algumas vezes na vida (evasão do público extremista do blog).



Legal, agora que os chatos já foram embora podemos falar de seres humanos reais pra seres humanos normais...

Nem sempre estudar é legal, mesmo para um aluno CDF, acredite se quiser. Isso porque as pessoas tem predileção por certas coisas (conteúdos, matérias, professores, etc.) e acham as outras um porre.

Mas como não deixar que essa raiva tome conta de todos os nossos momentos de aprendizagem? Como evitar que ambientes ruins, mestres ineficientes, ou mesmo que nossos colegas nos tirem o comprometimento em expandir o conhecimento e nossas mentes?

Um grande professor me ensinou: "As pessoas nascem motivadas, o ambiente e as pessoas ao seu redor é que vão aos poucos trazendo desmotivação". Então, se é assim, como não ser desmotivado ou não desmotivar? Talvez essa não seja a pergunta correta. O correto é: como resistir e superar os elementos que buscam constantemente me desmotivar. É preciso encontrar algo fundamental para tudo o que iremos fazer: uma motivação, um sentido.

Não adianta dizer pro aluno: Você tem que estudar, porque é importante pro seu futuro; porque é o que todo mundo faz; Porque senão você não vai ser alguém na vida! Em alguns casos pode até funcionar, mas deixa um vazio, algo que ao longo do caminho pode ser perdido e lá na frente, quando a pessoa estiver sozinha, com um emprego que a sustente, e a vida encaminhada, provavelmente, continuará não gostando de estudar, pois o estudo já cumpriu o seu propósito e ela não precisa mais se preocupar com isso. Além disso, pra muitas idades - como os pequeninos - esse tipo de posicionamento não faz o menor sentido. Aliás, muitas vezes abordamos o ensino de maneira muito mais interessante com eles do que com os adolescentes. Sentamos para ler um livro com nossos pequenos de maneira muito mais fácil, mostrando figuras, ensinando letras, cores, formas, com um trato muito mais eficiente. Porque perder isso com o tempo?

O real valor do ensino está no fato de que aprendemos para saber lidar com a vida de maneira mais eficiente e realizadora. Desde bebês o que nos motiva a aprender é o prazer, a satisfação na realização de algo que nos parece essencial, fundamental para a nossa vida! Quando bebês apreendemos pela curiosidade, pela experimentação do novo, pelo simples prazer de sentir e enfrentar uma nova realidade. Outro fator fundamental que nos influencia a evoluir com tamanha rapidez do engatinhar ao correr é o fato de não termos medo de errar, não estarmos preocupados com o que irão falar se falharmos (mas sobre o medo falarei em outro artigo, se eu me lembrar).

O que importa aqui é: motivação => motivo + ação. Saber o que você quer é um princípio, mas é necessário agir para chegar nesse motivo, ou objetivo. Portanto, se você quiser ser o melhor aluno da sala, por exemplo, terá de agir como tal, estudar como tal. Mas se o que você quer é apenas se formar, agirá como tal - aliás, muitos seguem essa segunda linha, que é bem mais fácil, mas que traz consequências bem menos agradáveis no futuro!

Portanto, aos estudantes digo: descubram suas motivações e as sigam, as executem. E aos professores: motivem-se e motivem seus alunos, e sei que isso é inato em vocês... então, se ainda não estão tendo o resultado esperado: despertem isso agora!


quinta-feira, 20 de junho de 2013

FazINOVA - o movimento da inovação




Gostaria de divulgar aqui, por conta própria, sem nenhum "jaba", o trabalho da área de empreendedorismo que foi iniciado este ano pela Bel Pesce (conhecida como a menina do vale) chamado FazINOVA.

Esta iniciativa tem como proposta desenvolver pessoas com perfil empreendedor, trazendo novos entendimentos sobre o assunto, ou mesmo abordando os temas atuais de uma maneira rica e diferente.




Nos links acima da pra conhecer um pouco sobra a história da autora e do projeto, então vou focar em dizer o que isso tem a ver com a educação pública, ou melhor, o que tem a ver com o Ensino Social.

Todo o projeto, seja ele social ou não, tem como foco principal acreditar em suas idéias, assumi-las como parte da sua vida e utilizar seus esforços para defendê-la. Os seja: isso é empreender. OK, eu sei que o termo tem uma vocação mais "organizacional". Mas perai... uma escola não é uma organização? Sim, oras bolas. Então ta tudo certo!

Voltemos ao projeto FazINOVA ... (discurso desestruturado) ... Ele nos traz algo novo para a educação, permitindo aos educadores de hoje uma visão muito mais ampla, expandindo nossa realidade para fora da caixinha. Li um texto que retrata bem isso no blog Docência "in loco", onde a autora Rosana Rogeri aborda de forma muito interessante os pontos em que devemos evoluir a capacidade de lecionar. A partir dessa abordagem o professor atual deve buscar aprender com seus alunos, absorvendo suas perspectivas e evoluindo sempre suas aulas. Não quero replicar o texto, mas quero deixar apenas os tópicos aqui para que o leitor possa ficar com um "gostinho" de quero mais:

  • Ouça seus alunos, peça feedback
  • Aprenda com seus alunos
  • Aposte em seus alunos
  • Mude o rumo de sua aula
  • Realize-se na sala de aula

  • Mais uma fonte de inspiração, de inovação, crescimento e aprendizado... boa leitura!

    terça-feira, 4 de junho de 2013

    Vídeo TED: Marco Tempest - A mágica da verdade e mentiras (e iPods)

    Este vídeo traz uma série de conceitos que gosto muito: arte e comportamento humano. Além de tratar tudo com muita habilidade usando tecnologia e truques de mágica. Vale a pena assistir.