quarta-feira, 1 de março de 2023

Homeschool - Metodologia na prática

Depois de anos discutindo sobre a educação pública, propondo diversas metodologias e processos que poderiam ser aplicados para contribuir na evolução do ensino, tenho a oportunidade de implementar meus conceitos de forma prática, fazendo uso de um modelo educacional que vem crescendo muito nos últimos anos, o homeschooling.

Fonte: homeschoolacademy.com

O conceito moderno de homeschooling tem suas origens na década de 70, através de um movimento social liderado pelo professor e autor John Holt, chamado Growing Without School (Crescendo Sem Escola).

Em seu modelo, Holt defendia um processo de desescolarização, pois acreditava que o padrão existente na época (praticamente o mesmo que temos hoje) não atendia às necessidades das crianças e poderia até trazer diversos problemas na formação do indivíduo. John Holt inspirou-se nas teorias de Raymond Moore, que defendia a ideia de adiar a escolarização das crianças até um momento em que elas já tivessem desenvolvido o pensamento crítico. Raymond e sua esposa trabalharam arduamente para desenvolver leis que pudessem defender os direitos dos pais de terem a liberdade de educar seus filhos como quisessem, um legado que perdura até os dias de hoje nos Estados Unidos.

O Brasil tem enfrentado uma grande luta em relação a esta questão, e tem recebido muita atenção da mídia nos últimos anos. A prática ainda não está regulamentada e ainda deve demorar muito até que seja finalmente oficializada no país.

Uma ressalva da minha parte - não acredito que a educação domiciliar seja a solução ideal para todos, tendo em vista diversos fatores socio-economicos existentes no país, mas acredito na liberdade de escolha das famílias quanto a essa decisão. Dar a qualquer governo o direito de como nossas crianças são educadas é algo que não vejo como ideal.

Atualmente moro nos Estados Unidos, onde essa prática é regulamentada, então tenho o direito de optar por fazê-lo ou não. Como eu e minha esposa somos plenamente capazes de preparar uma criança educacionalmente, decidimos educar nossa filha Valentina, de 11 anos, em casa, pois ela não se sentia bem no ambiente escolar já faz algum tempo. 

Entretanto, temos outro filho, Pedro, de 13 anos, que prefere continuar estudando no ambiente escolar, pois sua afinidade com os colegas o mantém motivado a permanecer na atual escola.

Um ponto importante é que não tomamos a decisão da noite para o dia, e que estivemos avaliando bem o caso da nossa filha. Fatores como mobilidade, necessidades especificas da criança e problemas sociais nos auxiliaram nessa tomada de decisão. 

Sendo assim, aconselho a todos os pais que queiram seguir esse caminho que sejam cautelosos e busquem um bom entendimento sobre o assunto. Um ambiente familiar estruturado é fundamental para esta prática, uma vez que essa será a base para seus ensinamentos.

Durante esta nossa jornada com o homeschool, tentarei postar neste blog um pouco dos processos utilizados, bem como o avanço da Valentina. Iniciamos os nossos trabalhos no começo de Fevereiro deste ano e acredito que em breve já conseguirei ter algo interessante pra compartilhar aqui.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Como criar bons hábitos de estudo

Créditos: pch.vector - www.freepik.com

A pergunta que desejo responder ao final deste artigo é: como construir hábitos de estudo consistentes e persistentes?

Pra início de conversa, antes de começar a destrinchar o assunto, devemos nos perguntarmos: porquê estudar é importante? Afinal, todo bom conceito deve iniciar com um porquê (propósito) muito bem definido.

Essa importância pode ser analisada de diversos ângulos, e pessoas em diversos momentos de sua vida encontrarão motivações também diferentes.

Um trecho de um livro que considero super valioso e rico em instruções para a vida - a Bíblia Sagrada. No capítulo 2 o autor, o então rei de Israel, Salomão, diz: "Pois quando a sabedoria entrar no teu coração, e o conhecimento for agradável à tua alma, o bom senso te guardará e a inteligência te conservará". Este livro inteiro trata sobre adquirir sabedoria e sobre o seu valor. Neste pequeno versículo o autor apresenta uma motivação muito interessante - a de que obtendo sabedoria ela te protegerá.

Ou seja, sendo uma pessoa sensata e sábia você tem maiores chances de ter uma vida mais segura - na sociedade moderna podemos dizer que isso se refletiria na possibilidade de possuir um bom trabalho ou mesmo de possibilitar que uma pessoa possa encontrar muitas formas de sobreviver a partir de seu conhecimento.

Vale dizer que a sabedoria não necessariamente provêm do estudo formal - obtido em escolas, cursos - mas que também pode ser obtivo em experiências diversas - como muitos dizem: a escola da vida.
Entretanto, hoje em dia, na realidade cada vez mais desafiadora que vivemos considerar apenas uma das opções - escola da vida ou a vida acadêmica - é cada vez mais arriscado, digamos, pouco sábio.
Sendo assim, podemos extrair um propósito fundamental para nos dedicarmos aos estudos - nossa própria sobrevivência.

Eu gosto de pensar que os estudos servem para conhecermos mais o mundo ao nosso redor e a nós mesmos - não focado apenas na subsistência, mas em uma forma de expandir meu próprio entendimento sobre mim e sobre a vida. Filosofias a parte, o que importa é encontrar o propósito que faça mais sentido ao seu momento de vida - e sempre haverá.

Um dos grandes desafios hoje em dia, relacionados ao processo educacional, está no fato de que os modelos escolares não atendem aos anseios fundamentais dos alunos como seres humanos - mais ou menos o que já vem ocorrendo a décadas - servindo apenas para formar uma massa de trabalho que possa suprir a demanda do mercado ("another brick in the wall"). A cada vez mais se nota essa disparidade entre esses dois mundos. Os currículos escolares seguem focados em questões tecnicistas, com modelos e experiências centrados na resolução mecânica de problemas - os quais podem ser resolvidos facilmente pelos computadores numa velocidade assustadoramente mais rápida que qualquer ser humano.

Bom, chega de crítica. Voltemos ao tema principal, de como criar hábitos duradouros e de real valor para os nossos processos de estudo.

A partir do livro O Poder do Hábito, de Charles Duhigg (título original: The Power of Habit), pude obter excelentes estratégias de como construir modelos práticos e que podem ser aplicados em nosso dia à dia para a formação de hábitos saudáveis, inclusive substituindo comportamentos ruins, tais como a procrastinação.

Uma dica super interessante que encontrei neste livro foi a de identificação das deixas que geram os loops de nossos hábitos. O autor apresenta um modelo baseado em 3 passos: deixa - rotina - recompensa.

Imagem extraída do livro: O Poder do Hábito



A deixa é o que dispara a comportamento ou hábito. A rotina é o que fazemos; e finalmente, a recompensa é o que nossa mente espera obter como resultado do hábito.

Para criarmos um hábito persistente é fundamental ter claro como programar esses 3 pontos em nosso cérebro. Podemos usar as mais variadas estratégias de estudo, porém, se não conseguirmos preencher essas 3 etapas de forma correta, ao final, o comportamento se perderá e logo estaremos trocando os estudos por qualquer outra atividade que nos dê melhores recompensas.

É fundamental definir claramente sua recompensa final. Um grande objetivo pode ser definido, porém, vale ressaltar que serão necessárias pequenas vitórias para manter sua mente sempre focada. Com pequenas recompensas ao longo da jornada, seu cérebro sentirá que está no caminho, que vale a pena seguir.

A deixa, ou o gatilho que vai te manter reexecutando a rotina deve estar claramente definido. Por exemplo, um momento do dia em que você sempre perde tempo na Internet pode ser substituído por um momento de estudo (leitura, prática de exercícios, etc.). De preferência deve ter hora marcada, com dias da semana bem definidos.

Vale lembrar que não adianta colocar metas muito ambiciosas se ainda não estamos preparados psicologicamente para lidar com as rotinas dessas metas. Imagina traçar um objetivo de estudar 4 horas por dia, todos os dias da semana, durante 1 ano, para ao final passar em um concurso. Essa meta pode ser possível de atingir se você está acostumado a rotinas de estudo diários, se tem muito claro que esta prova trará um grande benefício à sua vida, etc. Mas se você apenas acha que será uma boa oportunidade, sendo que atualmente, não esta acostumado a estudar nem 10 minutos e ainda tem muitas outras tarefas concorrentes acontecendo, tais como trabalhar, cuidar da família e outros hobbies, será necessário um esforço mental tremendo para alcançar esse objetivo.

Uma boa metodologia é a do baby steps (passos de bebês). Comece pequeno e vá avançando pouco a pouco. Ao invés de se impor 4 horas por dia, 7 dias na semana, que tal começar por 10 minutos, 3 vezes por semana? Após algumas semanas você pode avançar para algo mais consistente. Uma técnica de foco muito famosa é a técnica Pomodoro. 

A Técnica Pomodoro é um método de gerenciamento de tempo desenvolvido por Francesco Cirillo no final dos anos 1980. A técnica consiste na utilização de um cronômetro para dividir o trabalho em períodos de 25 minutos, separados por breves intervalos (fonte: Wikipedia).

Agora que você já tem a deixa e a rotina bem definidas, que tal focar nas recompensas? Você pode definir que a cada ciclo conquistado se dará algo como um passeio (ir à praia, cinema, etc), ou mesmo um período sem esforçar sua cabeça). Pode ser qualquer coisa que te dê uma sensação de que valeu a pena. Isso criará um desejo em sua mente de voltar a essa rotina, para que mais adiante possa obter uma nova recompensa. Atenção, a recompensa é muito importante e deve ser mantinha, assim como a rotina. Isso vai gerar solidez no hábito e logo ele será automático.

Essas dicas parecem bem simples, mas na verdade são bem desafiadoras e só funcionarão se você se dedicar. Mesmo que ocorram deslises durante o percurso, tente se manter firme e retomar. Caso veja que está sempre perdendo o foco, busque novas deixas, rotinas e recompensas, pois pode ser que não estejam bem definidas.

Há outras questões que podem influenciar, tais como questões emocionais, situação financeira, condições sociais diversas, mas tente sempre pensar nas possibilidades e nas soluções ao invés de focar nos problemas e dificuldades.

Espero que essa pequena dica sirva para ajudar você a construir um novo hábito de estudos e que isso pode levé-lo à conquista de seus sonhos! 

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Pequenos atos, grandes resultados

Porque a educação pública brasileira não evolui? Porque seguimos vendo um modelo educacional que segue não dando resultados significativos à sociedade e que grande parte dos brasileiros vê com péssimos olhos e onde jamais desejariam colocar seus filhos?

Bom, primeiro, acredito que precisamos quebrar todas essas questões em tópicos mais específicos (objetivos), organizando tudo pra termos uma visão mais clara do tema principal.

Percepção e realidade

A primeira questão que devemos analisar e discutir é: qual é a real situação do ensino público brasileiro? Será que temos a noção exata do estado atual da escola (de forma geral)? Vamos observar de forma fria os números apontados pelos institutos que podem nos fornecer algum parecer mais ou menos confiável:

Matrículas
Fonte: Site Inep (http://inep.gov.br)

Entre os anos de 2014 e 2018, tivemos uma redução de 1.3 milhão de matrículas - este dado é referente à educação básica. O dado é do Censo Escolar, divulgado pelo Inep (31 de janeiro de 2019). O peso desse número e o significado disso para a sociedade precisa levar em consideração diversos fatores: crescimento populacional, número de vagas disponíveis x demanda, etc.

"No caso da educação infantil, as matrículas cresceram 11,1% na comparação com 2014. Em 2018, foram 8,7 milhões de registros, enquanto, em 2014, eram 5,3 milhões. Esse crescimento foi decorrente principalmente do aumento das matrículas da creche". Veja que nesse ponto há um indício de melhora na situação das matrículas no que diz respeito à educação infantil. Então, se não analisamos a questão como um todo, poderemos chegar a uma conclusão incorreta ou parcial sobre o assunto.

Mas vale lembrar que apenas aumentar o número de alunos matriculados nas escolas não torna nossa nação mais evoluida em termos educacionais, apenas nos passa uma impressão de melhora, o que pode ser uma realidade totalmente distorcida.

Rendimento Escolar
Fonte: Site Inep (http://inep.gov.br)

A taxa de aprovação sempre foi muito discutida e controversa, tendo em vista as propostas de aprovação automática, progressão continuada, o real aprendizado dos aprovados, entre outros pontos.

Seguindo o portal Qedu - No Brasil, 8 de cada 10 alunos concluintes do ensino fundamental não aprenderam o adequado em Matemática. Para obter esse número foi utilizado o indicador chamado Ideb.

O Ideb é calculado com base no aprendizado dos alunos em português e matemática (Prova Brasil) e no fluxo escolar (taxa de aprovação).

Para obter dados relativos ao rendimento escolar foi criada a Prova Brasil. A Prova Brasil é uma avaliação censitária das escolas públicas das redes municipais, estaduais e federal, com o objetivo de avaliar a qualidade do ensino.

Se tomarmos por base apenas os números apresentados acima, veremos que a realidade se aproxima em muito da percepção que todos temos sobre o cenário atual do nosso ensino público.

De certa forma, notamos o resultado do ensino e da educação pública de forma direta em nossa sociedade, pois vemos mais e mais um cotidiano de desprezo à escolarização, esvaziamento do valor dos professores, devalorização do estudo de forma geral.

Existem muitos vetores influenciando neste sentido, mas acredito que um dos principais deles é a nítida percepção de que o modelo atual está em decadência e de que o mesmo não atende mais as necessidades da sociedade moderna.

Evolução do ensino público

Usando apenas esses dois indicadores: Matrículas (quantitativo) e Rendimento (qualitativo) podemos classificar de forma clara a situação do ensino público: crítica.

É muito triste pensar que a realidade não fortalece nossas esperanças em relação ao futuro dos milhões de brasileiros hoje matriculados em escolas públicas. E pior, não conseguir enxergar em curto ou médio prazo, planos claros para corrigir estas ferramentas extremamente importantes para a sociedade que são a educação e o espaço de ensino público.

Em termos de evolução tenho claro que estamos longe de alcançar as metas ideias, não as metas traçadas por diversos governos brasileiros, mas as metas que realmente fazem sentido para a educação de um país sério e que deseja dar significância aos seus cidadãos.

Eu acredito que é fundamental pensarmos em metas não apenas realistas, mas metas otimistas e de superação, já que realismo pode nos levar ao conformismo e isso para a educação é altamente prejudicial.

Atitude

O que fazer então se todas as perspectivas nos fazem desacreditar do futuro do ensino público no Brasil? Seria o momento de jogar a toalha? Esperar que o próximo governo faça algo? Que alguém surga como um salvador com uma solução pronta?

Eu acredito que esse tipo de pensamento não combina com os brasileiros. Precisamos de uma atitude positiva, revolucionária até! Apesar dos dados demonstrarem uma situação de UTI, acredito que o grande diferencial que temos é de que sempre nos superamos em todos os momentos históricos de nosso país. Olho para nosso passado e vejo quanta coisa boa foi feita mesmo com recursos muito mais escassos e uma realidade bem pior. Temos que tomar a iniciativa e fazermos a diferença.

Ao iniciar este artigo queria fazer uma análise sobre a evolução histórica da educação pública brasileira desde que iniciei este blog - há mais de 7 anos - e das transformações ocorridas neste período. Muito foi feito, tantas inovações, desafios vencidos, uma nova geração começa a se formar e entrando na fase adulta irá comport a massa crítica da sociedade, apresentando sua visão de mundo a partir de sua própria experiência levar propostas que possam mudar pra melhor o seu entorno. 

Acima de tudo, precisamos de uma nova atitude. De atitude. Agir, fazer, não o outro, mas o eu, o nós, pois sozinhos não construímos nada. Mas tem que começar dentro de cada um de nós. Primeiro, acreditando que é possível, que vale a pena. Depois, dividindo o "monstro" em pequenos pedaços e traçando estratégicas individuais para cada um dos problemas.

Por exemplo, você pode considerar que o grande problema da educação pública é a falta de professores. Comece se questionando se realmente essa é a causa ou o efeito da crise educacional. Será que faltar professor não é resultado da desvalorização da profissão com salários ruins, más condições de trabalho, etc. Será que colocando mais professores na "praça", vamos alcançar uma melhora no quadro atual? Pode ser que sim, mas pode ser que não ... apenas reflita. Se finalmente, você chegar a conclusão de que sim, esse é um problema a ser corrigido, o que fazer? O que você pode fazer? Defina suas metas e execute-a!

Talvez seja melhor você começar por pontos mais simples e próximos à sua realidade ou cotidiano. Se você é pai de um aluno estudante de escola pública, deve investir um tempo para agir dentro da comunidade estudantil, não apenas em uma ou outra reunião de pais e mestres para receber o boletim dos filhos (nossa, nem sei se isso ainda funciona assim 😜), mas atuando de forma a levar propostas e sugestões que contruibuam no dia a dia do seu filho e dos demais estudantes. Se for um professor, buscando diferentes técnicas de ensino, materiais e conteúdos complementares, buscando uma nova postura, não apenas visando atender ao que lhe foi imposto, mas pensando em trazer real valor no que está fazendo.

Este blog é focado em criar idéias e apresentar soluções para a criação de um futuro melhor para que os estudantes de escolas públicas brasileiras possam continuar acreditando que é possível ir muito além do que o que se vende no noticiário. Eu continuo acreditando que é possível ir muito mais além, continuo tendo fé de que as pessoas vão despertar de seu comodismo, investir um pouco a mais de tempo para discutir, preparar e apresentar propostas que trarão a esperada melhora que todos queremos para o Brasil. Se mantivermos o foco, se aclararmos nossas mentes, fugindo das discussões triviais e ideológicas que sempre  permeiam questões públicas, poderemos sim criar uma ferramenta de reconstrução e transformação do nosso país.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Dicas básicas de aprendizado e estudo

Ando pesquisando maneiras de como tornar meu aprendizado e de meus filhos muito mais eficiente, divertido e com resultados práticos satisfatórios.

Uma coisa clara para mim é que não existe uma maneira que atenda a todos os propósitos e muito menos que sirva para todas as pessoas (conforme já falado em outro artigo aqui). Cada pessoa tem um ritmo diferente e aprende através de estimulos específicos. Por isso as dicas que darei aqui podem servir para você buscar o caminho ideal pra você ou para seu filho.

Criatividade e Imaginação

Fonte: Institute of Imagination - https://ioi.london/

Em minha busca por novas técnicas para melhorar meu aprendizado descobri que as mais importantes armas para incrementar os resultados são a criatividade e a imaginação. O gênio, Albert Einsten, dizia que "a imaginação é mais importante que o conhecimento".

Apesar de sabermos que a criatividade e a imaginação tem um papel super importante, como podemos ou devemos usá-las em nossos estudos? Bem, ser criativo ou imaginativo parece algo muito complexo mas na realidade um dos grandes truques para incluir em nosso dia a dia práticas criativas é mais fácil do que parece:

  • Combine diferentes contextos e conteúdos - por exemplo, se você está estudando algum assunto de física tente usar músicas para decorar as fórmulas; 
  • Utilize simulações ou realizar experiências que possam demonstrar o que se está estudando - uma peça de teatro que reproduza um fato histórico;

Faça você mesmo

Fonte: Kiwi Co - https://www.kiwico.com/diy

É importante destacar que o conhecimento em si não tem tanto valor se não for aplicado, portanto, é fundamental que ao aprender a gente possa aplicar de alguma maneira o que foi aprendido. 

Um ponto que sempre é questão de critica de crianças, adolescentes e adultos sobre o aprendizado é o fato de acreditarem que aprenderam determinado conteúdo que não se aplicará em suas vidas, seja para o pessoal ou profissional. Quantos de nós já ouvimos ou mesmo dissemos: pra que vou usar isso? 

Existem certos conhecimentos científicos que de tão restritos fica difícil de utilizá-los de forma prática... mas com um pouco de criatividade (vide tópico anterior) podemos encontrar uma maneira de implementar algo usando-os. Se tiver dúvida, pergunte-me como nos comentários!

Seja um "professor"

Fonte: Empreender Mulher - https://www.empreendermulher.com

Esse tópico vem sido muito difundido ultimamente e existe uma expressão popular que diz: quem ensina estuda/aprende duas vezes. Em geral, quando nos tornamos pais, experimentamos isso quando auxiliamos nossos filhos em suas tarefas escolares - temos que relembrar fórmulas matemáticas, nomes de personagens importantes na História, ciclo da água, etc... além de buscarmos esses conhecimentos na nossa memória (já cheios de poeira) também precisamos reaprender muita coisa que se perdeu ou mesmo que pela atualização constante da ciência podem ter sido mudado desde nossa época (como o caso de Plutão ter deixado de ser um planeta 😕).

Mesmo se você não tem filhos, deve utilizar essa prática de estudar pensando em passar esse conhecimento. Isso o tornará um estudante ainda melhor.

Uma dica bem interessante, se você tiver tempo e vontade, é criar um blog, canal de vídeo ou uma página em alguma rede social onde possa compartilhar seu conhecimento e quem sabe assim auxiliar pessoas que não tem acesso ao mesmo conhecimento que você tem. Lembrando sempre de deixar claro que você não é um profissional do ramo (se realmente não for).

Organização e disciplina

Fonte: Design Culture https://designculture.com.br/

Uma coisa tenho certeza que serve para todos: ordem e disciplina. Ambas tornam qualquer tarefa muito mais produtiva e benéfica. Mesmo aquelas pessoas que atuam de maneira mais caótica (em geral artistas), quando precisam obter resultados concretos precisam aplicar certa disciplina e ordenar seus cotidianos para chegar à um ponto determinado.

  • Defina metas claras e alcancáveis. Uma meta sempre possui um objetivo e uma data de conclusão. Um erro comum é criarmos metas como: aprender inglês, estudar para o vestibular. Essas metas são interessantes como lembretes, mas não vão ajudar se você quiser alcançar algo mais concreto. Defina metas como: Aprender 30 novos verbos em inglês (prazo: 1 semana); Estudar Geografia: bacias hidrograficas brasileiras (prazo: 2 dias). Assim, seu objetivo esta mais claro e realiza-los se torna muito mais viável.
  • Crie uma rotina de tarefas que se aplique a sua realidade, sem esquecer que vocè não é apenas um estudante, mas que também possui (ou ao menos deveria) uma vida social. Mais importante do que estudar durante horas seguidas (que pode até ser prejudicial e pouco efetivo) é manter uma rotina de estudos mais constantes e que perdure. Estudar em realidade é uma prática que deve estar embutida em sua vida, tal como a prática de exercícios, ou mesmo, comer, dormir, etc. Estudar é essencial para o ser humano.

Saúde Física

Fonte: Health Matters - https://sites.ndtv.com/healthmatters/

Várias trabalhos científicos demonstraram os benefícios das práticas esportivas e os exercícios físicos para a melhora da atividade cerebral. Os estudos demonstram que os exercícios físicos melhoram tanto a memória quando a concentração, tornando nosso cérebro muito mais eficiente.

A boa alimentação também é fundamental para a saúde de seu corpo e mente, influenciando positivamente no racicínio, memória e foco. Alimentos como o brócolis, couve e principalmente o espinafre, são poderosos aliados para sua memória e raciocínio... talvez por isso o Popeye sempre ganhava do Brutus 😉?!


Bom, essas dicas podem parecer simples, mas em realidade são fundamentais para qualquer pessoa que objetiva o sucesso nos estudos e melhorar sua performance de aprendizagem. Para concluir, vale lembrar que não existem fórmulas mágicas para o aprendizado ser mais eficiente, mas graças aos avanços das ciências humanas em geral, tais como psicologia, pedagogia, linguística, entre outras, muitas novas técnicas e métodos foram incorporados ou aprimorados, permitindo a obtenção de resultados excepcionais no que diz respeito ao aprendizado e estudo.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Visite uma escola


Já estava com saudades de escrever sobre educação e trazer coisas importantes para a melhoria do ensino em nosso país. Decidi fazer esta postagem motivado por uma conversa que tive a algum tempo com alguns amigos. Eles me contaram que ex-alunos da escola em que estudamos (Escola Estadual Prof. Emygdio de Barros, localizada no bairro Bonfiglioli, em São Paulo - SP), estão organizando uma visita e palestra motivacional aos atuais alunos atuais.

Achei a ideia sensacional, e totalmente coerente com o propósito do projeto Ensino Social. O que poderia ser melhor do que levar motivação e esperança aos alunos de escolas públicas, fazendo-os acreditar que é possível ter sucesso em suas vidas e carreiras profissionais mesmo estudando em colégios considerados pela sociedade como de baixa qualidade, frente a tantas escolas particulares?

Sabemos o quão difícil é para os jovens hoje ingressar no mercado de trabalho, ainda mais para jovens que estudam no ensino público, que em geral vem de uma realidade mais humilde e com menos recursos para competir por boas vagas. Mas acredito muito que cada um pode construir seu futuro, ser protagonista de uma história vencedora e com garra conquistar seu espaço.

Conheço diversas histórias interessantes de amigos que estudaram comigo nesta escola estadual e que hoje são empresários bem sucedidos ou que tem carreiras muito bacanas, que já viajaram o mundo, que são líderes em suas empresas. Cada uma dessas histórias é um ótimo exemplo para esses jovens que estão hoje iniciando a construção de seu espaço na sociedade e servem de incentivo poderoso para que eles possam acreditar em seus sonhos.

Dessa forma, imagino que cada um de nós possa contribuir de alguma maneira para que a escola pública, que pertence a todos os cidadãos brasileiros, e que dessa forma, deve ser apoiada, impulsionada e priorizada por nós para a formação de um novo Brasil. Afinal, não podemos esperar que nossos governantes vão investir para que a educação no país melhore, uma vez que é de interesse deles que ela continue gerando massa de manobra para que cada vez mais políticos de uma casta tradicional e oligarca se perpetue no poder.

Portanto, convido a cada pessoa que visite uma escola e apoie de alguma forma projetos que visem melhorar o ensino público, mesmo que seus filhos estejam estudando em colégios particulares. E incentivo que levem seus filhos para também contribuir nisso, para que eles vejam o quanto é importante compartilhar suas experiências e conhecimentos com outras pessoas.

Em tempos que virou moda "ocupar a escola", acredito que se devemos ocupar ela, devemos levar algo de útil, que realmente contribua com o ensino, e que não prive nossos filhos ou alunos do maior bem que eles tem em suas escolas: o Direito a Educação e ao Aprender.



sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Só a educação liberta!

Fonte: http://wellingtoncollege.edublogs.org/
Ao passar dos anos, tenho percebido cada vez mais a importância do ensino como agente transformador da sociedade e de forma geral da realidade em que vivemos.

Sou apaixonado por conhecimento. Quero aprender cada vez mais sobre tudo, desde a história humana, sobre como chegamos até aqui, o que fizemos durante o percurso do Homem sobre a Terra, como era o mundo e como ele é atualmente depois da nossa interferência, gosto de entender a política, a economia, os aspectos ambientais, o cotidiano, os esportes, as ciências médicas, etc. São tantos assuntos interessantes, que fica até difícil de focar em apenas uma coisa... e talvez nem tenha que ser assim.

Entretanto, vejo tantos problemas no modelo de educação atual, a forma como a mesma se relaciona com a realidade dos estudantes, como ela conflita com o modelo mental das pessoas nascidas nessa nova era e isso me leva a questionar o poder que hoje a escola possui sobre o futuro dessa geração.

Será que a escola nos dias atuais contribui para a formação intelectual e social dos estudantes? Será que ela prejudica? Será ela adequada na construção dos conceitos necessários para os futuros responsáveis por girar a roda do mundo?

São diversos questionamentos que ainda vejo em aberto e complexos de se responder com certeza. De certa forma, a escola é uma instituição (e falo de forma generalista, envolvendo tanto ensino público como privado). Ela sendo uma instituição e carregando diversos preceitos, conceitos e formato herdados das suas versões anteriores, podemos considerá-la como uma grande corporação, os chamados dinossauros... pesados, lentos e se me perdoam a expressão: ultrapassados.

Claro que vemos hoje diversas iniciativas dentro do ambiente escolar buscando renovar seus métodos e conteúdos, mas mesmo estas iniciativas chegam em geral de forma tardia. O que ocorre em geral é a aplicação de novas tecnologias em sala de aula, mas com o viés de simplificar o uso de recursos antigos: seja a aplicação de provas via dispositivos móveis, projetores que apenas reproduzem mídias frias e sem sabor. Uma educação ancestral.

"Conhecerás a verdade e ela vos libertará" (João 8:32). Essa frase para mim se traduz no entendimento de como o poder transformador da educação, através do conhecimento da verdade, pode nos livrar das amarras de uma vida limitante e nos permite chegar ao nível de libertação psicológica, social e econômica. A capacidade que nós temos de aprender e acima de tudo de questionar o que sabemos é um dos maiores dons que temos em nossa vida. Devemos levar em nós esse espírito de querer sempre aprender mais e mais, uma avidez pelo conhecimento e todos os seus benefícios que nos serão acrescentados - "A sabedoria é a coisa principal; adquire pois a sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento." (Provérbios 4:7)

Algumas pessoas acham difícil ou mesmo chato estudar. Mas se pararmos pra pensar, estamos sempre aprendendo de alguma forma, seja um novo jogo, uma nova receita, como usar um novo "gadget", etc. Só temos que entender o sentido daquele aprendizado em nossas vidas e achar um ponto que nos interesse, até que isso se torne prazeroso e divertido. 

Tudo bem, você deve estar pensando: "Como vou achar divertido e prazeroso estudar química, sendo que detesto essas coisas? Pra que vou aprender isso ou onde usar?". É exatamente isso que estou dizendo, você precisa primeiro se convencer da importância da química na sua vida para poder gostar de aprender. Precisa visualizar o assunto e/ou conteúdo em seu dia a dia para que ele possa trazer o valor necessário.

O fato é que aprender é inerente ao ser humano e faz parte da nossa busca interior, o que aprendemos ou queremos aprender vai depender dos nossos interesses, muito mais do que pela clara necessidade - afinal, posso viver sem saber química e ser feliz assim mesmo :). Mas a percepção sobre o valor do aprender deve ser descoberta e despertada em cada um de nós e mais do que isso, devemos considerar que muitas vezes nosso cotidiano e nossas limitações culturais nos impedem de ver além das coisas básicas e da necessidade do dia a dia - conhecimentos pra sobreviver em nosso mundinho geralmente dominam nossa mente. Quando conseguimos elevar nossos anseios, sonhar alto, ir além do clássico "feijão com arroz", então estaremos a um passo de conquistar esse desejo.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Sebrae + Geekie + Projeto Âncora

Quando um vídeo resume todo uma busca, um trabalho de alguns anos. Agradeço demais ao SEBRAE por ter criado esse vídeo e disponibilizado ele na Internet para todo e qualquer cidadão que quiser evoluir o ensino no país possa ver.


Simples, direto, objetivo... e agora? Acho que é hora da ação, certo?? Replicar isso em escala nacional?

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Projeto Lumiar - Fundação Ralston-Semler

Depois de uma conversa muito interessante com um colega da minha empresa, fiquei sabendo de um tal empresário que havia sido premiado por sua forma inovadora de gestão. Aos 25 anos, contrariando os padrões da época (anos 80), iniciou em sua empresa uma gestão democrática... legal, mas o que isso tem a ver com educação?!

Bom, meu colega continuou o assunto e disse que esse tal empresário também iniciou um projeto voltado a educação, com um modelo parecido ao que aplicava ao gerir seus negócios.

Depois de pesquisar, encontrei o site do Projeto Lumiar, desenvolvido pela Fundação Ralston-Semler. Seu fundador, Ricardo Semler, é o tal empresário que citei a pouco.

Fiquei muito feliz ao saber que a idéia do projeto dele é fundamentalmente focada no ensino público brasileiro, e que inclusive, tem muitos traços parecidos com a minha visão para o Ensino Social.

Sugiro que você conheça mais sobre o Projeto Lumiar e se possível divulgue para que o projeto cresça e mais pessoas possam ser atingidas por ele.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Golden Circle (Cículo Dourado) - Como aprender?

Sou muito interessado em idéias de empreendedorismo, pois não consigo ver aprendizado maior do que viver aquilo que estudamos... Isso nos dá o propósito para aprendermos cada vez mais o mundo ao nosso redor. Se unirmos isso com assuntos que temos mais predileção, o que na linguagem terráquea significa: "fazer o que se gosta" - então, muito provavelmente, alcançaremos resultados valiosos em nossos estudos.

Mas qual a relação disso com o título: Golden Circle?

Não sei se você conhece este conceito, que hoje é muito utilizado por empreendedores para a criação de novos projetos, produtos, serviços, etc. O princípio fundamental é encontrar sentido no que se faz, antes de procurar encaixar uma idéia dentro do contexto mercadológico como lucratividade, escalabilidade, etc. Ou seja, ao invés de tentarmos fazer algo focado em seu potencial financeiro, devemos focar em algo que tenha um fundamento, um porquê de sua existência.

A pergunta fundamental a se fazer é: Porque? Qual sua real motivação? O que te faz querer aprender mais? Porque você precisa conhecer mais?

Esse tipo de questionamento nos leva a refletir melhor sobre o significado e a significância das coisas que fazemos em nosso dia a dia (não apenas centrado no estudo). Claro que esse é um tipo de pensamento que não é fácil de se ter, já que exige uma profundidade maior de auto conhecimento e de crítica em relação à si próprio. Sendo assim, esse tipo de visão não pode ser considerada no caso de crianças que ainda necessitam da orientação de pais e mestres para guiá-los até um caminho de conhecimento e saber, para somente quando chegar a sua maturidade psico-sociológica, poder desfrutar desse entendimento revelador/libertador.

Quando jovem eu sempre me questionava a respeito da real motivação dos estudos e muitas vezes me deparava com a visão de que: "algumas matérias não faziam sentido para mim e/ou para aquilo que eu desejava ser" (pelo menos naquele momento). Porém, um pouco mais a frente, percebi que o estudo me permitia ver o mundo de diferentes ângulos, sejam eles de uma visão mais mecanicista e exata, como a matemática, física e química, ou mais humanas como a geopolítica, filosofia, história, etc. Ambos os sentidos me levavam a um novo patamar, e que a partir dai pude desfrutar de novos questionamentos... aliás, o que é a vida senão uma sessão infinita de dúvidas (muitas vezes sem uma resposta).

É interessante perceber que as influências ao meu redor, que viriam a me motivar a gostar realmente de estudar, assim como gosto hoje, não foram diretas, nem impostas, seja pela família, escola, etc. Eu percebi essa necessidade e esse desejo de melhorar e de conquistar cada vez mais conhecimento, para me autoafirmar, me valorizar como ser humano. Tenho um lema: dessa vida só levamos nosso conhecimento. Acredito na vida eterna, no Céu, e acredito que lá seremos aquilo que construímos aqui. Esse é um dos pilares da minha motivação de conhecer cada vez mais. Talvez cada um deva encontrar o seu sentido para estudar, para se inspirar a saber cada dia mais. Pode ser para impressionar alguém, para se sentir melhor em seu meio social, para ganhar bem no emprego, ou conquistar algum cargo acadêmico.... sei lá. O importante é não desistir de procurar o seu WHY!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O que a escola deveria aprender antes de ensinar

É lindo ver que temos pessoas com uma visão crítica e tão profunda sobre a problemática do ensino, não apenas o público, mas numa visão mais ampla e complexa.

No vídeo, Viviane Mosé,  poetisa, filósofa, psicóloga, psicanalista e especialista em elaboração e implementação de políticas públicas, faz um discurso e análise sobre as questões fundamentais do ensino e sobre a escola.